Nos últimos dias de mandato do Governo Anterior, liderado por Jair Messias Bolsonaro, foi editado o Decreto nº 11.322/2022, que determinou a redução das alíquotas do PIS e da COFINS sobre receitas financeiras de 0,65% (PIS) e 4% (Cofins) para 0,33% (PIS) e 2% (Cofins), o que representou redução na ordem de 50% de carga tributária em relação à sistemática anterior. Foi editado, também, o Decreto nº 11.321/2022, que também promoveu redução pela metade das alíquotas envolvendo o Adicional ao Frete para a Renovação da Marinha Mercante (AFRMM).
Já em seu primeiro dia de governo, a nova Presidência da República editou o Decreto nº 11.394/2023, que determinou a revogação dos mencionados Decretos nºs 11.321/2022 e 11.322/22, restabelecendo as alíquotas anteriores do PIS e Cofins sobre receitas financeiras, que voltaram a ser calculadas na ordem de 0,65% e 4%. A revogação promovida pelo Decreto nº 11.394/2023 também restaurou as alíquotas anteriores voltadas ao AFRMM, sem o desconto de 50%.
Essas revogações, que podem indicar eventuais diferenças de entendimento quanto às políticas fiscal e econômica entre os governos, apontam, também, a ocorrência de majoração de tributos, vez que a carga tributária que havia sido reduzida pelos Decretos 11.321/2022 e 11.322/22 foi majorada pelo novo e atual Decreto nº 11.394/2023.
Assim, a revogação dos Decretos 11.321/2022 e 11.322/22 abre a possibilidade de questionamentos judiciais sobre a necessidade da observância do chamado princípio da anterioridade tributária, que estabelece um período de 90 dias entre a instituição da nova cobrança e a necessidade de que essa nova cobrança seja observada pelos contribuintes.
Esse período de 90 dias não consta da redação do novo Decreto nº 11.394/2023, o que pode significar que a Receita Federal do Brasil (RFB) não está orientada a observar a anterioridade tributária, o que reforça a necessidade de os contribuintes recorrerem ao judiciário, para que, nos 90 dias posteriores à publicação do novo Decreto nº 11.394/2023, sejam aplicadas as alíquotas previstas nos Decretos 11.321/2022 e 11.322/22, que determinaram redução do PIS/Cofins sobre receitas financeiras e do AFRMM.
A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal é favorável aos contribuintes quanto à aplicação do princípio da anterioridade tributária. Vale lembrar que, por ocasião do julgamento do Recurso Extraordinário nº 1.043.313 (Tema 939), foi decidido que há a possibilidade de majoração de alíquotas via decreto, tal como fez Decreto nº 11.394/2023; é necessário, entretanto, que o decreto observe o princípio da anterioridade tributária para produção de efeitos.
Nossa equipe de consultores está à disposição para prestar demais esclarecimentos sobre o tema.
Cookie | Duração | Descrição |
---|---|---|
cookielawinfo-checbox-analytics | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Analytics". |
cookielawinfo-checbox-functional | 11 months | The cookie is set by GDPR cookie consent to record the user consent for the cookies in the category "Functional". |
cookielawinfo-checbox-others | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Other. |
cookielawinfo-checkbox-necessary | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookies is used to store the user consent for the cookies in the category "Necessary". |
cookielawinfo-checkbox-performance | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Performance". |
viewed_cookie_policy | 11 months | The cookie is set by the GDPR Cookie Consent plugin and is used to store whether or not user has consented to the use of cookies. It does not store any personal data. |